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2. Higienização Social

2. Higienização Social

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Pessoas em situação de rua são expulsas de determinado local de forma visível e invisível. Visível quando alguém as expulsa e todos podem ver e invisível quando o próprio espaço as expulsa através de dispositivos espaciais de segregação, como ferros ponte agudos muito parecido com espicula antipombo, mascarados como utensílio de segurança, colocados em calçadas e frente de lojas e instituições públicas; Vasos de plantas, “Jardins”, pisos irregulares, luz forte, esguichos de água em marquises e “apoiadores de braço” em bancos de praça, que na verdade é uma falácia, pois eles não são feitos para apoiar os braços mas sim para impedir o repouso da pessoa em situação de rua, obrigando-a a buscar outro lugar para dormir. Em conversa com algumas pessoas pude notar que algumas delas até notam esses mecanismos de afastamento social, entretanto, não os percebem como tal, visualizados e entendidos apenas como um detalhe na correria do dia a dia, porém, essa ausência de percepção é de fácil entendimento, afinal, essa higienização social não foi feita para aqueles que estão dentro da redoma do aceitável socialmente e sim para aqueles que estão fora, que imediatamente compreendem a função desses dispositivos e sentem o impacto visual e sentimental. Essas estratégias, além de serem cruéis e desumanas, não resolvem o problema social. Este Trabalho foi selecionado pela MOAV em 2018 e esteve em exposição na Galerias Graça Landeira e pela exposição INABALÁVEL em 2019 nas Galerias Graça Landeira e Ruy Meira.

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